Google vende Motorola para Lenovo, mas mantém patentes inovadoras




O Google abriu mão da Motorola. Em conferência realizada nesta quarta-feira (29), a Lenovo a anunciou a compra da fabricante de celulares por US$ 2,91 bilhões. O negócio põe fim à curta relação entre Google e Motorola - o gigante das buscas comprou a empresa em 2012, por US$ 12,5 bilhões. O anúncio foi feito às 20h (horário de Brasília) em conferência mundial.

CEO do Google, Larry Page, e CEO da Lenovo, Yang Yuanqing, fecham acordo da compra da Motorola na sede da empresa (Foto: Reprodução/Twitter)

De acordo com o CEO do Google, Larry Page, a venda permitirá que a empresa concentre seus esforços na área de smartphones no que sabe fazer de melhor: o Android. Apesar disso, ressaltou que a negociação não muda em nada os planos para outros gadgets, como o Google Glass, os óculos inteligentes.

O preço pago pela Lenovo é de surpreender. Afinal, o Google vendeu a fabricante por US$ 10 bilhões a menos do que a comprou. A resposta para uma diferença tão absurda parece estar nas patentes, que já tinham sido apontadas como motivadores para a negociação de 2012. Mesmo mudando de mãos, boa parte delas continua nas garras do Google: a Lenovo leva consigo a fabricante, mas deixa as ideias com o antigo dono. A senha por tatuagem e em pílulas especiais, por exemplo, não entraram na "conversa".

Moto X e Moto G, os últimos filhos do Google com a Motorola (Foto: Luciana Maline/TechTudo)

Para o Android, a notícia é boa. O próprio Larry Page frisou que as patentes servirão para incrementar o ecossistema. No mundo dos aparelhos, a história é outra, e pouco previsível. O certo é que o Nexus volta a ser filho único: a compra põe um ponto final na curta era de aparelhos Motorola com a assinatura do Google.

O Google insiste no comunicado que a mudança não afetará seus outros esforços relacionados ao desenvolvimento de hardware (incluindo gadgets como o Glass e eletrodomésticos inteligentes), embora esta decisão deixe claro que seu foco não seja mais o desenvolvimento de hardwares para smartphones. Um memorando interno da empresa confirma que a Motorola estará “melhor servida” pela Lenovo neste que é um mercado de smartphones “super competitivo”. Ainda assim, o Google garante que a unidade de pesquisa avançada da Motorola continuará sob o seu comando.

Para a Lenovo, o acordo significa que ela deixa de ser “apenas” a maior fabricante de PCs do mundo, para se tornar também a terceira maior fabricante de celulares das Américas. Acordos existentes da Motorola com varejistas e operadoras instantaneamente expandirão seu alcance em mercados de todo o globo. A empresa também expressou confiança na equipe existente de Motorola e, no curto prazo, não pretende fechar a sede em Chicago ou demitir funcionários. No entanto, a Lenovo não se compromete a manter empregos industriais existentes em fábricas instaladas nos EUA (caso do smartphone Moto X, alardeadamente anunciado como “genuinamente americano” à época do lançamento).

A marca Motorola, que goza de reconhecimento e sucesso, deve permanecer. A aquisição ainda deverá passar pela aprovação dos órgãos reguladores.
Google Vende a Motorola para a Lenovo
Ainda é cedo para dizer o que muda na vida do usuário. A compra da Motorola pelo Google rendeu inegáveis bons frutos, a exemplo do Moto X e do Moto G. A aproximação pode ser vista inclusive no software dos aparelhos. Ambos rodam um sistema muito parecido com o Android puro presente nos Nexus, com pouquíssimas intervenções e aplicativos pré-instalados.


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